Combinação explosiva: fumar, beber e usar anticoncepcional

Para proteger a saúde, a especialista recomenda só tomar pílula anticoncepcional sob indicação médica e passar por exame oftalmológico em períodos de, no máximo, dois anos.
Combinação explosiva: fumar, beber e usar anticoncepcional

Todo mundo sabe que cigarro e bebida alcoólica fazem mal à saúde. O que poucos sabem é que a pílula anticoncepcional, na maior parte do tempo uma grande aliada da mulher, também pode potencializar certos problemas se associada a esses hábitos. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), jovens fumantes que usam anticoncepcional têm 10 vezes mais chance de sofrer ataque cardíaco e embolia pulmonar do que outras da mesma faixa etária que não são fumantes e usam o mesmo medicamento. Esse grupo também apresenta maior risco para doenças do sistema circulatório, aumentando em 39% as chances de doenças coronarianas e em 22% de acidente vascular cerebral.

“A pílula e a nicotina aumentam em até 10 vezes o risco de coagulação do sangue no interior das veias, favorecendo a formação de trombos, que podem se deslocar, causando diversos problemas, entre eles a embolia pulmonar, patologia grave e potencialmente fatal”, explica a endocrinologista do Sérgio Franco Medicina Diagnóstica, Yolanda Schrank.

A trombose venosa profunda não apresenta sintomas em cerca de 50% dos casos. Quando eles ocorrem, podem incluir inchaço, dor, pele quente,  veias superficiais mais visíveis no membro afetado e batimento cardíaco rápido (taquicardia), entre outros sinais. “Os sintomas da trombose venosa profunda podem se assemelhar aos de outras doenças ou problemas. Consulte sempre seu médico para um diagnóstico”, indica a especialista.

Ela explica ainda que o consumo de álcool é nocivo às células do fígado, que é justamente o órgão em que a pílula é metabolizada. “Essa combinação de álcool, cigarro e pílula é sempre ruim, porque envolve substâncias tóxicas no organismo, principalmente pulmão e fígado, além de aumentar o risco de ocorrência de trombose”, explica Yolanda. Além disso, pode retardar a absorção do anticoncepcional, diminuindo, consequentemente, sua eficácia.

A médica destaca que a trombose é, muitas vezes, desencadeada pelos anticoncepcionais, mas a combinação explosiva de nicotina, álcool e contraceptivo oral é responsável, também, por diversas doenças oculares graves. “As principais enfermidades causadas pela combinação cigarro, bebida e uso de anticoncepcional são: hemorragia vítrea, quando os neovasos comprometem o vítreo (substância transparente e gelatinosa que preenche o globo ocular), provocando a obstrução súbita da visão; descolamento da retina causado pela tração do humor vítreo, que separa as camadas da retina, levando à visão de flashes de luz e manchas escuras. O tratamento cirúrgico deve ser imediato para evitar perda da visão e glaucoma neovascular decorrente da formação de neovasos na íris, que pode aumentar a pressão intraocular e resultar na perda da visão.”

Para proteger a saúde, a especialista recomenda só tomar pílula anticoncepcional sob indicação médica e passar por exame oftalmológico em períodos de, no máximo, dois anos.