
A osteoporose é uma condição que compromete a saúde óssea. O enfraquecimento progressivo dos ossos aumenta consideravelmente o risco de fraturas, principalmente em idosos e mulheres após a menopausa. Apesar de ser uma doença silenciosa, leva à diminuição da qualidade de vida e perda de autonomia. Os seus impactos podem ser amenizados com medidas preventivas e tratamentos adequados.
Osteoporose: o que é?
A osteoporose é uma condição que afeta a estrutura dos ossos, tornando-os mais frágeis e suscetíveis a fraturas. Isso ocorre devido à perda de massa óssea, densidade, qualidade e força óssea, o que faz com que os ossos fiquem mais porosos e repletos de pequenos buracos. Como resultado, a resistência óssea diminui, aumentando o risco de fraturas, que podem ocorrer em qualquer parte do corpo.
Tipos de osteoporose
A osteoporose pode ser classificada em duas categorias principais: primária e secundária, cada uma com características e fatores de risco distintos.
Osteoporose primária
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Osteoporose idiopática: ocorre principalmente em crianças, mulheres antes da menopausa e homens com menos de 70 anos. A sua causa é difícil de ser determinada, havendo ainda muitos fatores desconhecidos.
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Osteoporose involucional: afeta homens e mulheres e está relacionada ao envelhecimento e às alterações hormonais que ocorrem após a menopausa. É a forma mais comum da doença pode ser ainda classificada em Tipo I e Tipo II.
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Tipo 1 (Osteoporose pós-menopausa): afeta principalmente mulheres após a menopausa devido à queda acentuada nos níveis de estrógeno, um hormônio essencial na manutenção da densidade óssea. Como resultado, ocorre uma fragilidade maior na parte do osso chamada de osso trabecular (a parte interna e mais porosa do osso), que fica mais suscetível a fraturas. Alguns exemplos desse tipo de osso são as vértebras e o rádio distal (osso do antebraço próximo ao punho).
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Tipo 2 (Osteoporose senil): está relacionada ao envelhecimento afetando tanto homens quanto mulheres acima dos 70 anos. Diferentemente da osteoporose pós-menopausa, esse tipo causa uma perda proporcional tanto da parte densa e compacta do osso (osso cortical) quanto da parte porosa (osso trabecular), aumentando o risco de fraturas em diversas regiões do corpo.
Osteoporose secundária
Já a osteoporose secundária é consequência de outros fatores, como doenças, hábitos de vida e uso de determinadas medicações. Condições inflamatórias que afetam o sistema endócrino, como artrite reumatoide, hipertireoidismo, e uso crônico de medicamentos, como corticoides, são algumas das causas.
Fatores de risco para a osteoporose
Diversos fatores podem contribuir para o desenvolvimento da osteoporose, combinando aspectos genéticos e ambientais. Entre os principais fatores de risco, destaca-se o histórico familiar da doença, a ascendência branca ou asiática e o baixo peso corporal. Mulheres após a menopausa e pessoas idosas também estão mais propensas a essa condição.
O uso prolongado de certos medicamentos, como corticoides, heparina e anticonvulsivantes, pode comprometer a saúde óssea. Além disso, hábitos como tabagismo, consumo excessivo de álcool e uma dieta pobre em cálcio e vitamina D aumentam o risco. O sedentarismo, por sua vez, agrava ainda mais o quadro, tornando essencial a adoção de um estilo de vida ativo e equilibrado para a prevenção da osteoporose.
O que é a osteopenia?
A baixa massa óssea, ou osteopenia, é uma condição caracterizada pela perda de massa óssea, menos intensa do que na osteoporose, mas que também pode tornar os ossos mais frágeis e com aumento do risco de fraturas. Embora não seja tão grave quanto a osteoporose, a osteopenia funciona como um sinal de alerta, indicando que a densidade óssea está reduzida e pode piorar, caso medidas preventivas não sejam adotadas.
Diversos fatores podem contribuir para o desenvolvimento dessa condição, como envelhecimento, alterações hormonais, sedentarismo, tabagismo e consumo excessivo de álcool. Além disso, a falta de nutrientes essenciais, especialmente cálcio e vitamina D, também pode acelerar a perda óssea. Em alguns casos, tratamentos como quimioterapia podem desencadear ou agravar o problema.
O diagnóstico precoce, aliado a hábitos saudáveis, como uma alimentação equilibrada e a prática regular de exercícios físicos, pode ajudar a retardar a progressão da osteopenia e reduzir o risco de desenvolver osteoporose no futuro.
Formas de prevenir a osteoporose
A prevenção da osteoporose é fundamental para reduzir o risco de fraturas, especialmente em mulheres com idade avançada. Para isso, é essencial adotar hábitos saudáveis ao longo da vida.
Na maioria das pessoas, a alimentação rica em cálcio, é um dos pilares dessa prevenção. Alimentos como leite e seus derivados, vegetais de folhas verdes, carnes e peixes devem estar presentes no cardápio diário. Além disso, a exposição ao sol estimula a produção de vitamina D, substância essencial para a absorção do cálcio e a manutenção da saúde óssea.
A prática regular de exercícios físicos, após avaliação médica, também é indispensável. Atividades como caminhada, corrida, dança, musculação e pilates ajudam a fortalecer os ossos e reduzir a perda de massa óssea.
Sintomas de osteoporose
A osteoporose, muitas vezes, avança silenciosamente sem apresentar sintomas evidentes. A perda de massa óssea ocorre de forma gradual e progressiva, tornando os ossos cada vez mais frágeis sem que a pessoa perceba.
Os sinais costumam surgir apenas em estágios mais avançados, quando os ossos já estão tão enfraquecidos que não conseguem suportar impactos ou esforços mecânicos, resultando em fraturas, que levam o(a) paciente a sentir dor.
Qual médico procurar?
Os especialistas que geralmente tratam os casos de osteoporose são o endocrinologista, o reumatologista e o ortopedista. Nas mulheres, o ginecologista também tem uma importante participação, pois é o especialista que está mais próximo na sua avaliação de saúde.
Exames utilizados no diagnóstico
O principal exame utilizado para diagnosticar a osteoporose é a densitometria óssea. Esse procedimento permite medir a densidade mineral dos ossos, identificando a perda de massa óssea e ajudando na avaliação do risco de fraturas. É um exame não invasivo e indolor.
Uma vez diagnosticado que a pessoa tem osteoporose, o médico solicitará exames para avaliar o metabolismo ósseo, como cálcio, fósforo e outros minerais, tanto no sangue como na urina, assim como exames que visem detectar se a osteoporose pode ser secundária. Nessa ocasião, são solicitados também os marcadores de formação e de reabsorção dos ossos, que indicam como está o equilíbrio entre a formação dos ossos e a sua reabsorção.
Tratamentos para a osteoporose
O tratamento da osteoporose segue duas abordagens principais: uma focada em reduzir ou interromper a perda de massa óssea e outra destinada a estimular a formação de novos ossos. Sim, é possível estimular a produção de "ossos novos"no corpo. O processo de formação óssea, ocorre naturalmente ao longo da vida por meio da ação dos osteoblastos (células formadoras de osso).
Ambas as abordagens exigem acompanhamento médico e, geralmente, envolvem o uso de medicamentos específicos.
Após o diagnóstico e a identificação das causas da doença, o tratamento pode incluir mudanças no estilo de vida, como a prática regular de exercícios físicos e uma alimentação mais saudável. Na maioria das pessoas a alimentação rica em cálcio e a manutenção de níveis adequados de vitamina D é essencial.
Além disso, em alguns casos, são prescritos medicamentos que ajudam a aumentar a densidade óssea e reduzir o risco de fraturas. Quando há perda de cálcio pelos rins, são prescritos medicamentos para tratar essa condição. O objetivo é fortalecer os ossos e prevenir complicações, garantindo mais qualidade de vida ao paciente.
Fonte: Dra. Rosita Fontes - Endocrinologista e assessora médica da Dasa.